O lema mais conhecido da Magia do Caos é ‘nada é verdadeiro, tudo é permitido’. A má interpretação desta frase levou muitas pessoas que realizam atos inconsequentes a se auto-intitularem ‘magistas do caos’ ou ‘caoístas’. A própria palavra ‘caos’ sub-entende as ideias de ‘desordem’, ‘anarquia’ e para muitos o indesejável. É tempo de lançar uma luz sobre o assunto e separar o joio do trigo.
Seria impossível definir o Caos em conceitos, mas por uma aproximação de ideias poderíamos dizer sobre o Caos: ‘imóvel movedor por trás de todas as coisas’; ‘o imanifesto na eterna transformação do universo’; ‘o manifestador das sincronicidades não-lineares’. Por entender que nada no universo das coisas manifestas é imutável, os caoístas dizem que ‘nada é verdadeiro’, nada é derradeiro, ou seja, não existem verdades absolutas. Não existem barreiras que sejam sempre intransponíveis.
Isto nos leva a segunda parte do lema : “tudo é permitido”. A frase é assim dita para desprogramar as mentes sobre seus limites. Para construir uma sociedade controlável, o poder estabelecido pelo estado e pelas religiões utilizou sempre da programação restritiva: ‘Isso não pode’, ‘você não vai conseguir’, ‘é difícil demais’, ‘é impossível’, ‘é proibido’, etc. Esta é a forma mais eficaz de não alcançar um objetivo: não acreditando que seja possível fazê-lo.
A Magia do Caos usa a crença e o desejo do sub-consciente como agentes da sincronicidade. O primeiro passo é acreditar que tudo é possível, que tudo é permitido, pois ‘os raios do Caos movem todas as coisas’ – Kaos Keraunos Kybernetos.
Então para o caoísta, não existem verdades absolutas e tudo é possível. É possível agir na transformação do universo, preparando a chegada de uma nova era, onde as verdades impostas hoje como valores de conduta moral e organização social sejam revistas, por não serem absolutas. É possível fazer a revolução da crença para a consciência, iniciando por si próprio, ao admitir a mudança de seus próprios valores e convicções. Sobretudo, é possível transformar magicamente a realidade usando a mente em sintonia com a eterna mutação do universo.
Ao ser o agente da transformação desejada, o caoísta em um ato pessoal e intransferível usa de seu treinamento mental, de sua força de vontade e das técnicas mágicas que conhece para carregar o seu sub-consciente com a magia. Mesmo após fazê-lo, ao deixar o ato mágico fora de seu fluxo de ideias, evitando que a razão contamine a magia realizada, o caoísta está agindo no ‘não-fazer’. Até no não pensar existe uma responsabilidade para que o desejo vire realidade. Magia do Caos é controle de seus atos e responsabilidade.
Texto bem escrito e claro.
Entendi bem sobre a responsabilidade do magista.